Policiais do Choque desocupam acampamento do MST em Dourados 2pal

Militares utilizaram bomba de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha para dispersar o grupo p1hb

Cerca de 270 famílias que viviam em um acampamento do MST (Movimento Sem Terra), às margens da MS-379, em Dourados, foram retiradas do local após ação do Batalhão de Choque. O caso aconteceu na manhã deste domingo (27), em uma área que pertence ao frigorífico JBS.

Policiais do Batalhaõ de Choque durante desocupação do acampamento do MST (Foto: Divulgação/MST)
Policiais do Batalhão de Choque durante desocupação do acampamento do MST (Foto: Divulgação/MST)

De acordo com nota publicada pelo MST, a ação aconteceu “sem mandado judicial e de forma truculenta”, uma vez que foram utilizadas pelos militares bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar as famílias que viviam no local. 

“Após a ocupação, drones sobrevoaram a área e somente ontem [sábado (26)], a polícia já havia feito três idas ao acampamento, alegando ser ordem do Batalhão de Campo Grande (MS) e que viria a liminar de despejo hoje. Porém, durante a madrugada a polícia fechou a rodovia que liga o acampamento à cidade, não deixando o de entrada nem de saída das famílias ocupantes”, alega em nota. 

Ainda conforme o comunicado, mesmo após a contestação das famílias quanto à falta de apresentação do mandado judicial, a ação continuou e houve a derrubada dos barracos. 

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“A ocupação é uma ampliação do Acampamento Esperança, onde 270 famílias do MST vivem há cerca de dois anos, na beira da rodovia MS-379, onde as famílias denunciam o despejo ilegal, arbitrário, injusto e repressivo, onde barracos foram destruídos, bem como as roças de subsistência das famílias do acampamento, já existente às margens da rodovia.

Dessa forma, repudiamos as constantes violências sofridas contra o acampamento já existente e pedimos urgência para que essas famílias possam ser assentadas. Apenas em 2024, a comunidade foi alvo de três incêndios e um ataque de pistoleiros”, finaliza a nota. 

Famílias do MST protestaram com cartazes e foices durante desocupação neste domingo (Foto: Divulgação/MST)
Famílias do MST protestaram com cartazes e foices durante desocupação neste domingo (Foto: Divulgação/MST)

Por conta do ocorrido, a rodovia foi fechada pelos manifestantes, segundo nota, mas a PM (Polícia Militar) desmente a informação e afirma que a pista segue liberada para o fluxo de veículos. Representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) estão no local para mediar a situação. 

Segundo informações apuradas pelo Primeira Página, o acampamento existe no local desde agosto de 2024, mas a invasão à propriedade privada só aconteceu neste sábado (26), quando houve o registro de um boletim de ocorrência por parte da empresa.

A reportagem procurou o Governo do Estado e, em nota, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) informou que “após registro policial de uma invasão de propriedade privada na região Sul do estado, policiais militares do Batalhão de Choque foram deslocados e garantiram desocupação com mediação pacífica após diálogo com ocupantes da área, sem registro de maiores intercorrências”.

Já o Incra destacou que “a situação de tensão se instalou a partir de ontem (26), quando cerca de 300 trabalhadores rurais sem terra e respectivas famílias, organizadas pelo MST, ingressaram em imóvel rural de posse da empresa JBS, localizado em Dourados/MS. As famílias estavam acampadas às margens da rodovia MS-379 e decidiram ingressar no imóvel juntamente com outras famílias também organizadas pelo MST.A ação, segundo o Movimento, visava denunciar que o imóvel não cumpre a função social há mais de 12 anos e reivindicar aceleração do processo de assentamento das famílias sem terra acampadas”, disse.

O instituto frisou, ainda, que “as famílias sem terra atenderam ao pedido dos representantes do Governo Federal. Embora a situação continue tensa, no momento, não há perigo de confronto e de risco para as vidas. O processo de negociação está em curso, com o Governo Federal negociando com os proprietários do imóvel, bem como buscando acelerar a disponibilização de imóveis rurais para a Reforma Agrária”, finalizou.

A JBS informou que não irá se manifestar sobre o assunto.

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