Juiz afastado por vendas de sentenças diz que R$ 750 mil da mulher foram gastos com pai de santo 6493y
A defesa afirma que os valores teriam sido usados para custear sessões espirituais com um pai de santo em São Paulo, com o objetivo de promover o "desenvolvimento espiritual e religioso" do juiz. 2e2qx
O juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, afastado do cargo por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais e também alvo de um Processo istrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ).
A investigação revelou que o magistrado recebeu R$ 750 mil em 43 depósitos bancários feitos pela esposa, Mara Patrícia Nunes Amarante, entre setembro de 2023 e julho de 2024.
A defesa afirma que os valores teriam sido usados para custear sessões espirituais com um pai de santo em São Paulo, com o objetivo de promover o “desenvolvimento espiritual e religioso” do juiz.

Apesar da justificativa apresentada, o CNJ apontou indícios de lavagem de dinheiro. Os depósitos foram considerados atípicos, com valores elevados e repetições em quantias idênticas — só em outubro de 2023, por exemplo, sete transferências totalizaram R$ 140 mil.
As suspeitas de corrupção surgiram no bojo da Operação Sisamnes, conduzida pela Polícia Federal, que investiga a venda de decisões judiciais.
O caso ganhou força após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em 2023. Análises de mensagens no celular da vítima indicaram envolvimento de nomes do Judiciário com crimes graves.
Por ordem do STF, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Mato Grosso. O juiz Amarante teve bens e contas bloqueados no valor de até R$ 30 milhões. A decisão do CNJ manteve o afastamento cautelar do magistrado enquanto o processo tramita.