Pacientes precisam pagar para não ficar sem medicação em Campo Grande 174d4v
Conforme os relatos, faltam medicamentos e insumos de uso contínuo na rede pública do município 40256f
A falta de medicamentos e de alguns insumos de uso contínuo na rede pública de Campo Grande tem comprometido o orçamento de alguns usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Isto porque, para não ficar sem os remédios, eles estão pagando do próprio bolso. A situação foi tema do BQQ – O Bairro Que eu Quero, quadro de sucesso do jornalismo comunitário na TV Morena desta terça-feira (24).

A aposentada Eliana Domingos da Silva precisa de medicamento contínuo desde que ficou internada em razão da covid. Ela sofre com hipertensão e diabetes.
“Metformina tem que tomar quem tem diabetes. Eu tomo ele. Então eu tenho que ficar comprando ele porque não tem no posto e na farmácia não estão mais entregando. Antes eu pegava na farmácia ele, mas não estão dando mais”, diz.
Eliana também toma o Enalapril, que controla a hipertensão. Esse ela ainda encontra no posto de saúde, mas tem um que ela não consegue há muito tempo: a fita para medição de glicose.
“Desde junho não consigo pegar. Eu chego no posto, entrego a receita e eles falam que está em falta. Toda vez que vou lá eles falam que está em falta”.
Ela paga R$ 95 no produto com desconto. “Pesa bastante para quem é aposentado só com salário mínimo, não dá. Eu vou viver só com remédio ? Tem que comer, né? Tem que se vestir, tem que se calçar”, diz.

O motorista Orlando Alves da Silva trata de depressão há seis anos com o uso de dois medicamentos: fluoxetina e nitrazepan. O primeiro ele até consegue encontrar, mas tem dificuldade no segundo.
“Fui no CEM, Dona Neta, UPA Leblon, Oliveira III. Não tem previsão, não sabe quando vai chegar e a receita vencendo. Para não perder a consulta e a receita tive que comprar”, diz.
Dona Eliana e Orlando são apenas dois exemplos de pacientes que dependem da rede pública de saúde, mas não conseguem o básico.
“Não estou falando só de mim. Estou falando para todo mundo que precisa. A gente vai lá no CEM aquela fila tem mais de 50 pessoas na fila, vê pessoa saindo desanimada, com a receita na mão porque tem que comprar. Se a pessoa já está indo lá é porque não tem condição de comprar. Então fica difícil a situação, não está fácil não”, declara Orlando.
“E também não é só isso, né? E o que você gasta para ir no posto de saúde. Você gasta ônibus. É dinheiro, né? Para quem já não tem como vai fazer?”, completa Eliana.
Resposta do secretário 2l53v
O titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Sandro Benites, respondeu que as fitas para medição de glicose devem estar disponíveis na primeira quinzena de novembro.
Já em relação ao Nitrazepan, o secretário se comprometeu em entender por que está faltando o medicamento até a próxima semana.