Mais de mil espécies de fauna e flora: a riqueza preservada em Chapada dos Guimarães 271h52

Área protegida em Mato Grosso abriga nascentes que abastecem Cuiabá, formações rochosas icônicas e uma biodiversidade ameaçada pelas mudanças climáticas e pela pressão humana 1q2b1g

Localizado a cerca de 60 km da capital mato-grossense, o parque nacional da Chapada dos Guimarães abriga 659 espécies conhecidas de plantas e mais de 360 espécies de animais, entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

O território também conserva dez tipos diferentes de vegetação do Cerrado, além de sítios arqueológicos e formações rochosas com registros geológicos de milhões de anos.

Chapada dos Guimarães
Cartão-postal de Chapada dos Guimarães, a cachoeira Véu da Noiva tem 86m de queda livre, e é o principal ponto de visitação do Parque Nacional. Foto: Beto Garavello

“Guardião da água” 631e3r


A imagem mais emblemática do parque é a Cachoeira Véu de Noiva, que despenca de um paredão de 86 metros e atrai milhares de visitantes por ano. O que muitos turistas não sabem é que o rio que forma essa queda d’água, o Coxipozinho (ou Coxipó-Mirim), é o mesmo que abastece cerca de 280 mil pessoas em Cuiabá.

Cachoeira Véu de Noiva em chapada
Cachoeira Véu de Noiva era originalmente chamada de ‘Bocaina do Inferno’. (Foto: MMA)

Dentro do parque, nascentes como as dos rios Claro, Paciência e Salgadeira alimentam o sistema hídrico da região e também contribuem diretamente para o Rio Cuiabá, um dos principais formadores do Pantanal Mato-grossense, bioma que já sente os efeitos das mudanças climáticas e da redução do regime de chuvas.

“O parque é um verdadeiro guardião da água. A proteção que fazemos aqui garante que o ciclo das águas continue fluindo para além dos limites da unidade, sustentando tanto a cidade quanto o Pantanal”, afirma Fernando Ferraz, gestor do parque.

o, turismo e conservação r2565


Aberto à visitação todos os dias do ano, inclusive feriados, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães oferece nove atrativos turísticos, entre eles trilhas, mirantes e cachoeiras. O Circuito das Cachoeiras, a Casa de Pedra e o Mirante do Centro Geodésico da América do Sul são alguns dos destinos mais procurados.

Com o aumento do turismo, também cresce o desafio da conservação. A visitação é controlada por meio de agendamento, e a equipe do parque atua com fiscalização constante, ações de educação ambiental e planos de manejo voltados à preservação da fauna e da flora.

“A missão é garantir que esse patrimônio esteja disponível para as gerações de hoje e para aquelas que ainda virão. O parque é um espaço de contemplação, mas também de responsabilidade coletiva”, destaca a equipe responsável pela unidade.

Pressões ambientais e resiliência do Cerrado 6s2h1c


Apesar da beleza exuberante, o parque não está imune às pressões externas. A expansão urbana desordenada, os incêndios florestais e a redução do regime de cheias nas áreas pantaneiras colocam em risco o delicado equilíbrio entre vegetação, fauna e fluxo das águas.

Incendios florestais Parque Nacional da Chapada dos Guimaraes 2024
Incêndios florestais Parque Nacional da Chapada dos Guimarães 2024. (Fonte: ICMBio)

Estudos recentes indicam que as nascente e os cursos d’água da Chapada têm enfrentado maior estresse hídrico. A estiagem prolongada nos últimos anos compromete a recarga das lagoas e a sobrevivência de espécies dependentes dos ciclos de inundação.

Ainda assim, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães permanece como um dos últimos redutos preservados do Cerrado em Mato Grosso, um bioma que já perdeu cerca de 50% de sua cobertura original.

Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães (Foto: Reprodução)
Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães (Foto: Reprodução)

Viagem inesquecível 272x11


Na véspera do aniversário, o analista de RH Rafael Melo desembarcou com a esposa e a sogra vindos de Manaus. Após trilhas e mergulhos gelados, ele registrou a experiência em um diário de bordo online.

“A cada cachoeira, parece que a energia se renova. A sensação é de reconexão com a natureza. A Chapada é um presente”, relatou o visitante.

Enquanto o parque chega aos 36 anos, o desafio que permanece é o mesmo desde a sua criação: conciliar uso público e conservação, mantendo viva a essência do Cerrado, da água e das paisagens que encantam o Brasil — e o mundo.

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