A cura pela maconha e o direito de plantio em casa – parte 2 2t2160

A utilização medicinal do canabidiol (CBD), uma substância presente na planta cannabis sativa, conhecida como maconha, já é uma realidade no Brasil. Pesquisas comprovam sua eficácia para o controle dos sintomas de transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão e transtorno do pânico, como também para epilepsia, Alzheimer, Parkinson e o autismo.  Na primeira parte deste artigo […] 353p5v

A utilização medicinal do canabidiol (CBD), uma substância presente na planta cannabis sativa, conhecida como maconha, já é uma realidade no Brasil. Pesquisas comprovam sua eficácia para o controle dos sintomas de transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão e transtorno do pânico, como também para epilepsia, Alzheimer, Parkinson e o autismo. 

Na primeira parte deste artigo mostramos que há milhares de anos a planta vem sendo utilizada para fins medicinais, mas que a partir de 1924 houve uma campanha de difamação mundial da planta, comparando-a ao tão temido ópio. Por causa disso, desde 1938 o plantio, a cultura, a colheita e a exploração da maconha por particulares é proibida no Brasil.  

Hoje, falaremos sobre a utilização medicinal da planta cannabis sativa na atualidade.   

Quando comecei a estudar sobre o tema, não fazia ideia da enorme quantidade de doenças e condições de saúde para as quais há estudos apontando os benefícios da cannabis sativa. Um bom exemplo disso vem da conceituada Faculdade de Medicina da USP, que oferece o curso EAD sobre “Medicina Canabinoide”, cujo escopo é ensinar desde as diferentes espécies de plantas que originam os compostos encontrados para o uso terapêutico, até os diferentes tipos de compostos existentes no mercado e sua real indicação terapêutica, ou seja, quais são os benefícios para a saúde humana.   

Entre as doenças mais comuns tratadas com o óleo canabidiol, as principais são Epilepsia, Ansiedade, Parkinson, Dor Crônica, Autismo, Depressão, Demência, Câncer e Alzheimer. Todavia, os benefícios da planta vão muito além dessas doenças, sendo indicada para quadros de distúrbios do sono, recuperação muscular, estimulação de apetite, espasticidade, entre outras condições. 

De acordo com a Anvisa, médicos de mais de 40 especialidades já tiveram seus pacientes autorizados a importar os produtos, somando centenas de diferentes doenças descritas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 

Em 2018, um estudo publicado na Revista Elsevier avaliou estudos relacionados ao uso do óleo para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).O principal avanço percebido foi na qualidade de vida dos autistas e na melhora da interação social.    

Entre os anos 2015 e 2017, a Revista Nature publicou os estudos sobre a utilização do CBD no TEA. Os resultados foram promissores, considerando que com seis meses de testes os pacientes já apresentaram melhoras.   

Um levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP) evidenciou uma diminuição de 60% dos sintomas de ansiedade e 50% de depressão em pessoas que utilizaram os medicamentos à base de CBD. 

Um estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), demonstrou que a istração de CBD a pessoas que sofrem o Mal de Parkinson resultou em melhora significativa na qualidade de vida e no bem-estar.  

Além disso, as drogas atualmente usadas no tratamento da doença causam efeitos colaterais negativos, como movimentos repetitivos involuntários de extremidades e movimentos da língua, mordidas nos lábios, além de sintomas psicóticos, como escutar vozes, ter delírios e mania de perseguição. Nenhum efeito colateral foi encontrado na utilização do CBD. O estudo foi publicado em outubro de 2014 na revista “Journal of Psycopharmacology”, da Associação Britânica de Farmacologia. 

Embora a Academia Brasileira de Neurologia, em outubro de 2022, tenha emitido uma nota a respeito da ausência de estudos que comprovem os benefícios do CBD para o Alzheimer, fato é que ela pretendeu minimizar a euforia provocada pela pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), realizada em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na qual o paciente idoso, Delci Ruver, apresentou reversão dos sintomas que apresentava.   

“A progressão da doença não aconteceu mais a partir do uso desse medicamento e ele também teve reversão dos sintomas que apresentava, como por exemplo, ele readquiriu a autonomia dele, […] consegue fazer as suas atividades do dia a dia. Consegue sair de casa sozinho sem ter alguém monitorando e isso deu um incremento muito grande na qualidade de vida do paciente”, afirmou a pesquisadora Ana Carolina Martins (fonte: G1). 

No ano de 2019, aliás, viralizou o vídeo do empresário de Goiânia, Filipe Barzan Suzin, demonstrando a melhora de seu pai dos sintomas do Alzheimer, após a ingestão do CBD.    

Em 2022, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Augusta University, na Geórgia, nos Estados Unidos, constatou que o CBD foi capaz de diminuir, em camundongos, o tamanho de um tumor cerebral altamente agressivo e letal. 

Já startup Cannabotech, com sede em Israel, está desenvolvendo um medicamento à base de um extrato do fungo Cyathus Striatus misturado ao CBD, que promete eliminar as células do câncer pancreático de forma seletiva e sem danificar as células normais. 

Como se vê, as aplicações são inúmeras e os resultados os estudos promissores. Não é sem razão que a procura por CBD tenha aumentado 5 vezes de 2021 para 2022, segundo informe da farmacêutica Remederi. 

O problema é que o preço do CBD ainda é caro. Um frasco contendo apenas 30ml de do óleo custa em torno de R$1.000,00, e em muitos casos não supre uma semana de uso do paciente.  

Na próxima semana iremos mostrar como muitas pessoas estão conseguindo o o ao CBD pelo Plano de Saúde e pelo SUS. Também iremos discorrer sobre os motivos que levaram o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, a autorizar o plantio da cannabis sativa em casa, para extração do óleo pelo próprio paciente. 

Um abraço e até lá.   

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